quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

13-01-11; -22.9022611; -47.0517233

Ainda me lembro
do acontecimento
daquele janeiro
em que nada aconteceu

ou que eu imaginei...

mas era melhor
não acontecer
não pensar
esquecer
era melhor

eu imaginei...

mas até hoje
eu me lembro
que não aconteceu

ou que eu imaginei...

ainda hoje
eu me pergunto
se não era melhor
acontecer

se foi o que eu realmente imaginei...

até hoje
quando eu esqueço
o que aconteceu

aquilo tudo que eu imaginei...

o que aconteceu
teima em acontecer
novamentenovamentenovamente

eu imaginei?

em sonhos
que eu não pedi para sonhar
novamente
para me lembrar

do que eu não sei se não imaginei...

...


Soneto XVII

No te amo como si fueras rosa de sal, topacio 

o flecha de claveles que propagan el fuego: 
te amo como se aman ciertas cosas oscuras, 
secretamente, entre la sombra y el alma. 

Te amo como la planta que no florece y lleva 
dentro de sí, escondida, la luz de aquellas flores, 
y gracias a tu amor vive oscuro en mi cuerpo 
el apretado aroma que ascendió de la tierra. 

Te amo sin saber cómo, ni cuándo, ni de dónde, 
te amo directamente sin problemas ni orgullo: 
así te amo porque no sé amar de otra manera, 

sino así de este modo en que no soy ni eres, 
tan cerca que tu mano sobre mi pecho es mía, 
tan cerca que se cierran tus ojos con mi sueño.

Pablo Neruda - Cien sonetos de amor (1959)


Nenhum comentário:

Postar um comentário