sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Fronteira injustificável


O que adveio de fato foi a imagem do socialismo localizado, contido em um “outro mundo”, pelo mundo capitalista, quando não dentro dele. A URSS, e depois o “campo socialista”, tornavam assim o lugar da Utopia realizada, a ilha experimental sitiada e defendida como uma fortaleza, onde o milagre do socialismo estava a se operar: o alhures realizado tornava a forma do “realizado alhures".

Do texto Delimitações, Inversões, Deslocamentos, de Michel Pêcheux.

















Fronteiras são inevitáveis. Isso pode ser visto como algo positivo, como lugar da diferença, da constituição de outros sentidos possíveis. Mas muitas fronteiras (visíveis ou não) são injustificáveis e poderiam ser evitadas. A meu ver, a construção de um muro para isolar uma forma de Estado de outra e conter fugas é injustificável. Significa a própria negação do Socialismo. Para mim, a queda do muro não significa necessariamente uma rejeição ao Socialismo, mas uma inconformidade diante da privação de direitos pré-existentes.


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