Há coisas que não posso perdoar e nem esquecer. Mas uma coisa que consegui entender em mim é que, quando a falta é cometida por quem eu amo muito, o amor acaba sendo maior do que o não-perdão.
Poder não perdoar – não perdoar mesmo! – e ainda assim amar – e amar demais! – é aceitar uma condição talvez contraditória, mas que é verdadeira em mim.
Não quero ser o hipócrita que se policia para esconder a lembrança dolorida dos erros do outro quando ela vem à tona e nem o rancoroso que se veste com todas as armas para que impedir que o menor vestígio de amor se escancare no momento mais desprevenido.
Eu decidi viver assim, sem apagar o que não pode ser apagado – o erro e o amor – porque todos erram e todos amam. E eu quero o não-perdão verdadeiro e o amor escancarado!
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