Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a presença distante das estrelas!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a presença distante das estrelas!
Das utopias - Mario Quintana
Quero morar em Paris
essa cidade
que se dá ao direito de realizar
grandiosamente
a cada construção
a cada espaço aberto
a cada canto escondido
grandiosamente
a cada construção
a cada espaço aberto
a cada canto escondido
e beco minúsculo
a metáfora da beleza.
Quero tentar
dolorosamente
amar menos Paris
ao ver como ela também constrói violências.
Quero tentar
apaixonadamente
aprender a amar os fios de alta tensão
a metáfora da beleza.
Quero tentar
dolorosamente
amar menos Paris
ao ver como ela também constrói violências.
Quero tentar
apaixonadamente
aprender a amar os fios de alta tensão
das nossas cidades.
Quero continuar acreditando
Quero continuar acreditando
que as pessoas não precisam do mínimo.
Pão-e-circo não deveria ser luxo.
Quero dizer à minha cidade,
Pão-e-circo não deveria ser luxo.
Quero dizer à minha cidade,
que destruiu o seu teatro:
A arte nos faz humanos.
Quero continuar a sonhar que um dia
A arte nos faz humanos.
Quero continuar a sonhar que um dia
os chafarizes de Campinas funcionarão novamente.
Só porque são lindos.
Coisas lindas não podem também salvar uma vida?
Não acredito que somente hospitais e igrejas salvam vidas.
Só porque são lindos.
Coisas lindas não podem também salvar uma vida?
Não acredito que somente hospitais e igrejas salvam vidas.
Música, poesia, sorrisos e chafarizes também podem salvar vidas.
Como era lindo quando o chafariz da minha universidade vivia!
Ele foi construído na praça central
no coeur
como símbolo da fonte do saber.
Que sentido tem o saber hoje, que não cuida da sua metáfora?
Amanhã também é o aniversário da minha universidade.
Quem sabe no próximo ano eu passe por lá e veja o meu chafariz.
Lembrando novamente Mário Quintana:
Emergência
Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
Emergência
Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
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