segunda-feira, 28 de junho de 2010

Désir







dia ensolarado da janela, minhas flores brotando coloridas, banho quentinho, saudade de carinho, cidade acordando, vozes, buzinas e às vezes passarinhos...



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Devaneio


Queria poder me entregar, agora, ao devaneio
voar num carrossel iluminado
mergulhar na insegurança da falta de nitidez

opacidade hipermétrope
de cores velozes e difusas
das coisas ao meu redor

queria ver tudo como uma aquarela em movimento
atravessar as luzes suspensas no ar

queria, agora e um pouco depois de agora
ir não sei para onde e chegar onde nunca estive
sentir justificada a minha existência


Eu amo todas as loucuras que me justificam


terça-feira, 1 de junho de 2010

Um pouco de Nietzsche...

"Superstição da simultaneidade – Coisas que ocorrem simultaneamente têm ligação, acredita-se. Um parente morre longe de nós, e ao mesmo tempo sonhamos com ele – portanto... mas morrem inúmeros parentes e não sonhamos com eles. O mesmo acontece com os náufragos que fazem votos : não se vê depois, na igreja, os ex-votos dos que pereceram. – Uma pessoa morre, uma coruja pia, um relógio pára, tudo na mesma hora da noite: não haveria uma relação entre essas coisas? Tal pressentimento supõe uma intimidade com a natureza que lisonjeia o ser humano – Reencontramos esse tipo de superstição numa forma refinada, em historiadores e em pintores da civilização, que costumam experimentar uma espécie de hidrofobia ante todas as justaposições sem sentido, nas quais é pródiga a existência dos indivíduos e dos povos".

Nietzsche - Humano, demasiado humano