segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Versões de mim


"O que há são versões"

Eni Orlandi


que versões de mim
não contam quem sou
eu me conto em versões
sem jamais saber quais
elas contam o que é desejo
que está em mim
e que também não vejo



domingo, 11 de outubro de 2009

Desperdício




acho um desperdício

não me desperdiçar
em cores




então me desperdiço
coloridamente
para mim


Palavra e silêncio



"Tudo não pode ser dito"

Jean-Claude Milner

tudo não pode ser dito
mas digo tudo que posso
porque penso que devo
o que devo, não sei
mas não sei ser indelicada
não sendo assim, sou palavra
em palavra, meu silêncio é coragem



sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Trois temps...


Le passé c'est le passé
je le garde avec tendresse.
Maintenant, je repars au zero.
Je vis le present, mon present.
Et le futur... c'est un mystère !
Ah, j'adore des mystères !

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Meu aniversário!!!


Hoje, sinto saudades do meu irmão, dos meus amigos de longe e dos meus amigos que já partiram. Sinto essa malegria que canta Manu Chao. É mais alegria.



Volver a los diecisiete después de vivir un siglo
Es como descifrar signos sin ser sabio competente,
Volver a ser de repente tan frágil como un segundo
Volver a sentir profundo como un niño frente a dios
Eso es lo que siento yo en este instante fecundo....

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra, ay si, si, si.

Mi paso retrocedido cuando el de usted es avance
El arca de las alianzas ha penetrado en mi nido
Con todo su colorido se ha paseado por mis venas
Y hasta la dura cadena con que nos ata el destino
Es como un diamante fino que alumbra mi alma serena.

Se va enredando, enredando...

Lo que puede el sentimiento no lo ha podido el saber
Ni el más claro proceder, ni el más ancho pensamiento
Todo lo cambia al momento cual mago condescendiente
Nos aleja dulcemente de rencores y violencias
Solo el amor con su ciencia nos vuelve tan inocentes.

Se va enredando, enredando...

El amor es torbellino de pureza original
Hasta el feroz animal susurra su dulce trino
Detiene a los peregrinos, libera a los prisioneros,
El amor con sus esmeros al viejo lo vuelve niño
Y al malo sólo el cariño lo vuelve puro y sincero.

Se va enredando, enredando...

De par en par la ventana se abrió como por encanto
Entró el amor con su manto como una tibia mañana
Al son de su bella diana hizo brotar el jazmín
Volando cual serafín al cielo le puso aretes
Mis años en diecisiete los convirtió el querubín.

Se va enredando, enredando...


Quero ser responsável apenas por aquilo que me tocar. Apreciar detalhes insignificantes do dia-a-dia. Soprar uma flor morta e ver voarem suas sementes. Deixar a imaginação voar com elas. Ver a arte nas coisas grandes. Ver a arte nas coisas pequenininhas. Escrever, ler, viajar, cantar, dançar, sonhar, desejar, amar. Interpretar. As palavras, a vida e tudo ao meu redor.

domingo, 4 de outubro de 2009

Algumas utopias...





Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a presença distante das estrelas!

Das utopias - Mario Quintana


Quero morar em Paris
essa cidade
que se dá ao direito de realizar
grandiosamente
a cada construção
a cada espaço aberto
a cada canto escondido
e beco minúsculo
a metáfora da beleza.

Quero tentar
dolorosamente
amar menos Paris
ao ver como ela também constrói violências.

Quero tentar
apaixonadamente
aprender a amar os fios de alta tensão
das nossas cidades.

Quero continuar acreditando
que as pessoas não precisam do mínimo.
Pão-e-circo não deveria ser luxo.

Quero dizer à minha cidade,
que destruiu o seu teatro:
A arte nos faz humanos.

Quero continuar a sonhar que um dia
os chafarizes de Campinas funcionarão novamente.
Só porque são lindos.
Coisas lindas não podem também salvar uma vida?
Não acredito que somente hospitais e igrejas salvam vidas.
Música, poesia, sorrisos e chafarizes também podem salvar vidas.

Como era lindo quando o chafariz da minha universidade vivia!
Ele foi construído na praça central
no coeur
como símbolo da fonte do saber.
Que sentido tem o saber hoje, que não cuida da sua metáfora?

Amanhã também é o aniversário da minha universidade.
Quem sabe no próximo ano eu passe por lá e veja o meu chafariz.


Lembrando novamente Mário Quintana:

Emergência

Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.